O australiano Naveed Akram, de 24 anos, foi acusado de 59 crimes relacionados ao atentado terrorista na praia de Bondi, em Sydney, que deixou 15 mortos e dezenas de feridos. O atirador, que foi ferido por policiais durante o ataque, ficou em coma por quase 48 horas e acordou na terça-feira (16/12).
atirador que acordou de coma responderá por 59 crimes
Naveed cometeu o atentado ao lado do pai, o indiano Reuven Morrison, de 62 anos, que morreu no local do crime, no último domingo (14/12). O tiroteio ocorreu durante a celebração do festival judaico de Hanukkah, na praia de Bondi, em Sydney.
De acordo com as autoridades policiais, os dois atiradores foram motivados pela “ideologia do Estado Islâmico”. A polícia de Nova Gales do Sul acusou o atirador de 59 crimes, incluindo ato de terrorismo, 15 homicídios, 40 acusações de lesão corporal dolosa, tentar explodir uma bomba em um prédio, disparo de arma de fogo com a intenção de causar lesões corporais graves e exibição pública de símbolo terrorista.
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A pena máxima para as acusações de terrorismo e homicídio na Austrália é a prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional.
Os enterros das 15 vítimas fatais do atentado terrorista começaram a ser realizados na terça-feira (16/12) e serão concluídos nesta quarta (17).
Atentado deixa Austrália em luto
Os atiradores responsáveis foram identificados como Sajid Akram, de 50 anos, e Naveed Akram, de 24 anos. O pai é indiano e imigrou para a Austrália em 1998 , já o filho nasceu no país.
De acordo com as autoridades policiais, Naveed era investigado pela Organização Australiana de Inteligência de Segurança (ASIO) desde outubro de 2019 por suspeita de ligações com uma célula do Estado Islâmico. No entanto, a ligação não foi confirmada e por isso o homem não havia sido detido até então.
O atentado terrorista contou com “heróis da vida real”, que conseguiram atrasar ou impedir que os atiradores avançassem contra as pessoas na praia.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram um dos atiradores armados na praia sendo detido por um pedestre. Confira o vídeo:
Nas imagens, é possível ver um dos atiradores segurando um fuzil e efetuando disparos. Em seguida, um homem de blusa branca o agarra e toma a arma. Após desarmar o atirador, o homem aponta o fuzil contra ele.
O homem logo deixa a arma encostada em uma árvore, enquanto o atirador começa a se afastar. Em determinado momento do vídeo, outro pedestre aparece e atira uma pedra no suspeito, que corre.
O homem que desarmou o atirador — e passou a ser reconhecido como um herói nacional — é um muçulmano de 43 anos, que vende frutas na região, e se chama Ahmed al Ahmed.
Durante o ato heroico, Ahmed foi atingido por dois tiros. Ele passou por cirurgia e segue internado em um hospital em Sydney, mas o estado de saúde é estável. A família do herói australiano já recebeu mais de R$ 4 milhões em doações desde o atentado.
Outro herói da vida real é um homem de 62 anos que atrasou os atiradores e arremessou tijolos contra um deles. Reuven Morrison tentou impedir que os terroristas avançassem contra a esposa e amigos, mas acabou alvejado e morto. Confira:
Tiroteio em Sydney: quem era o avô que usou tijolos para atrasar atirador. Saiba mais: https://t.co/z1zgNxSYmv pic.twitter.com/D4eYeTDyvF
— Pedro Grigori (@pedrohgrigori) December 16, 2025
O homem, que já é tratado como herói na Austrália, teve a história contada por familiares em entrevistas a veículos de comunicação do país. Imigrante ucraniano, ele conheceu a esposa, Leah Morrison, na praia de Bondi, quando eram adolescentes. Cinco décadas depois, o casal voltou à praia para celebrar o Hanukkah, quando a festa acabou interrompida pelo ataque terrorista.
Ao ouvir os disparos, Morrison gritou para que os atiradores parassem e passou a pegar objetos no chão para arremessar nos homens e impedir que eles fossem na direção da esposa e dos amigos. Um vídeo flagrou o momento em que o homem arremessa um tijolo contra um dos atiradores.
Reuven Morrison nasceu em Kiev, na Ucrânia, e deixou o país aos 14 anos, fugindo da União Soviética, após sobreviver ao Holocausto. Ele foi para Sydney, onde conheceu a esposa e começou uma carreira de sucesso no ramo imobiliário. O herói deixa a esposa, uma filha e três netos.