Weezer fecha festival Índigo com repertório matador - 02/11/2025 - Ilustrada

Weezer fecha festival Índigo com repertório matador – 02/11/2025 – Ilustrada

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Ao participar do Indigo, festival que em sua primeira edição teve cinco shows de bandas estrangeiras no Ibirapuera neste domingo (2), o grupo americano Weezer trouxe para fechar a noite sua turnê que comemora 30 anos do álbum de estreia, “Weezer” (1994).

Terminado o show na plateia externa do Auditório Ibirapuera, um pouco curto, apenas uma hora e 15 minutos, duas conclusões são óbvias. “Weezer” é mesmo um incrível álbum de rock alternativo, rápido, grudento, de pegada retrô, mas com algo que apontava para um futuro sonoro instigante. Mas é também o grande momento da banda, que nunca mais fez algo tão bom.

Seria estupidez dizer que o Weezer ficou na promessa, porque tem pelo menos meia dúzia de outros álbuns também arrebatadores. Mas não fez nada melhor do que a estreia, um disco que não envelheceu em nada nessas três décadas. Quando seu repertório é despejado na plateia, é impossível resistir.

Na verdade, a própria banda dá sinais de reconhecer isso. Antes dessa turnê comemorativa, há muito tempo o Weezer tem incluído pelo menos sete ou oito canções do primeiro álbum nos shows. E o quarteto está coberto de razões para isso.

Embora durante a carreira tenha gravado algumas canções irresistíveis nos 14 álbuns seguintes, como “Hash Pipe”, “Why Brother?” e “Island in the Sun”, todas ótimas ao vivo, o material da estreia é mesmo matador.

“Say It Ain’t So”, “Undone – The Sweater Song” e “My Name Is Jonas” se transformaram em cartilhas para ensinar como se faz algo original, entre o power pop e o rock de garagem, e continuam capazes de hipnotizar a plateia.

Mas nada supera o pandemônio de “Buddy Holly”, definitivamente o ápice da fórmula do Weezer. É um hino de força juvenil, um momento em que Rivers Cuomo, Patrick Wilson, Brian Bell e Scott Shriner parecem deixar seus corpos cinquentões para levitarem no palco como adolescentes em êxtase. Dura uns quatro ou cinco minutos num show de muitos bons momentos, mas apenas essa performance já faz valer cada real gasto no ingresso.

Essa foi a terceira vinda do Weezer ao Brasil. Em 2005, o quarteto tocou no Curitiba Pop Festival. Em 2019, foi a vez do Rock in Rio, com uma esticada para São Paulo, no Itaipava de Som a Sol, no Ginásio do Ibirapuera.

Entre as outras atrações do Indigo, o britânico Bloc Party compartilha um pouco a condição do Weezer. Seu álbum de maior repercussão continua sendo o primeiro, “Silent Alarm”, de 2005. Faixas como “Banquet” e “Pioneers” se juntaram ao poderoso single do ano anterior, “Helicopter”, para fazer o grupo ser saudado como expoente de um revival de post-punk.

Ainda contando com os dois guitarristas que criaram a banda, Russell Lissack e Kele Okerke, este também vocalista e carismático frontman, o Bloc Party fez um show divertido e agitado. É surpreendente que o grupo tenha gravado tão poucos álbuns: seis, sendo que de 2008 para cá foram apenas três. Mas, bem rodado na estrada do rock, ganhou a plateia paulistana.

Depois de três visitas ao Brasil, em 2002, 2012 e 2018, o escocês Mogwai completa 30 anos de carreira e mostrou no Indigo que segue fiel a sua marca registrada: canções predominantemente instrumentais, em que sequências mais tranquilas, de sonoridade rarefeita, são alternadas com explosões de rock muito fortes. É uma proposta de trafegar entre o silêncio e a fúria, que o Mogwai faz muito bem. Mas ficou evidente que muita gente na plateia não conhecia a banda, gerando alguma dispersão durante seu show.

Para abrir o dia, atrações jovens e femininas. A banda japonesa Otoboke Beaver fez barulho, ainda com pouca gente assistindo. Ela segue uma tradição de meninas raivosas que faz parte da cena rock do Japão há décadas e que teve seu primeiro nome internacional com o Shonen Knife, nos anos 1980. Mas o grupo abusa de um som punk cru e nada palatável. Um pouco de pop bubblegum na receita pode abrir mais seu público. Por enquanto, faz um show engraçadinho, mas é só barulho.

Já a espanhola Judeline, de 22 anos, veio ao Brasil na esteira da badalação em cima de seu álbum de estreia, “Bodhiria”. Tem pop, funk, dance e mais sons numa mistura que carrega um disco um tanto conceitual, falando de anjos apaixonados. Boa de palco, ela agradou completamente a um jovem fã-clube enlouquecido. Mas deixou claro que os atuais recursos de estúdio pesam muito em “Bodhiria”. Ao vivo, o pop de Judeline soou um pouco frouxo. Mas ela tem uma carreira toda pela frente para se aprimorar.

Vale registrar que foi simpática a proposta do Indigo ao escalar sets de DJs brasileiras para tocar nos intervalos dos shows.



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