A Ucrânia e os Estados Unidos registraram “progressos reais” rumo a um acordo de paz para a guerra na Ucrânia após dois dias de negociações em Berlim, afirmou, nesta segunda-feira (15/12), o secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional ucraniano, Rustem Umerov. Apesar do tom otimista, autoridades indicam que questões centrais permanecem distantes de uma solução final.
“As negociações entre a Ucrânia e os EUA têm sido construtivas e produtivas, com progressos reais. Esperamos chegar a um acordo que nos aproxime da paz até o fim do dia. Há muita especulação anônima e ruído na mídia neste momento. Por favor, não se deixem levar por boatos e provocações”, escreveu Umerov.
Over the past two days, Ukrainian-US negotiations have been constructive and productive, with real progress achieved. We hope we will reach an agreement that will bring us closer to peace by the end of the day.
There is a lot of noise and anonymous speculation in the media right…— Rustem Umerov (@rustem_umerov) December 15, 2025
As conversas envolveram uma delegação liderada pelo presidente Volodymyr Zelensky e os enviados dos Estados Unidos Steve Witkoff e Jared Kushner. A primeira rodada, que ocorreu nesse domingo (14/12), durou cerca de cinco horas; a segunda, menos de duas.
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Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky
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Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky
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Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky
Arte Metrópoles/Carla Sena
Até 90% dos pontos encaminhados
Ao lado do chanceler alemão, Friedrich Merz, no Fórum Econômico Alemão-Ucraniano, Zelensky disse que as tratativas “não foram fáceis”, mas “produtivas”. Autoridades norte-americanas relataram otimismo, e afirmaram que até “90%” dos pontos teriam sido encaminhados. Segundo o jornal The Guardian, Donald Trump, estaria satisfeito com o progresso.
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Segundo a publicação, o foco das negociações foi a criação de garantias de segurança para a Ucrânia, em moldes semelhantes aos da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Tópicos sensíveis sobre território ainda precisam ser refinados. A expectativa é de que Washington informe Moscou sobre os resultados ainda nesta segunda.
A mídia internacional relata que não houve acordo sobre questões territoriais e que os EUA seguem pressionando Kiev a ceder à Rússia as regiões de Donetsk e Luhansk.
Zelensky reconheceu que o impasse territorial persiste. “Ainda temos posições diferentes”, alegou, ressaltando, porém, a disposição de todas as partes em buscar soluções que aproximem o fim da guerra.
O ucraniano também negou estar sob pressão dos EUA, dizendo que o aperto vem de Moscou e que Washington atua como mediador.
Ucrânia desiste de adesão à Otan
Nesse domingo (14/12), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que o país abriu mão da intenção de ingressar na Otan em troca de garantias de segurança do Ocidente, como parte de um esforço para encerrar a guerra com a Rússia.
A sinalização representa mudança relevante na posição ucraniana, já que Kiev vinha defendendo a entrada na Otan como forma de proteção contra agressões russas — objetivo que, inclusive, está previsto na Constituição do país.
O movimento também atende a uma das principais demandas de Moscou, embora o governo ucraniano reafirme que não aceita qualquer tipo de cessão territorial.