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Trump recebe Zelensky enquanto Putin se mantém inflexível sobre guerra

Mundo


O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, se reúne neste domingo (28/12) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em meio a novas tentativas diplomáticas para discutir um possível cessar-fogo na guerra com a Rússia. O encontro, porém, ocorre sob um cenário de forte resistência do líder do Kremlin, Vladimir Putin, que reafirma não ter qualquer intenção de recuar nos territórios ocupados desde 2022.

Às vésperas da reunião, Putin, voltou a adotar um discurso duro. Nesse sábado (27/12), afirmou que, caso Kiev não aceite os termos impostos por Moscou, a Rússia seguirá com sua ofensiva militar. Segundo Putin, o interesse em retirar tropas das áreas ocupadas é “praticamente nulo”.

“Se a Ucrânia não estiver disposta a resolver a questão pacificamente, a Rússia cumprirá todas as tarefas do Distrito Militar Central pela força”, declarou o russo.

Na avaliação de Vladimir Putin, uma solução passaria pela renúncia da Ucrânia aos territórios ocupados pelas forças russas – o que Zelensky tenta evitar.

Enquanto Zelensky busca reforçar apoio político e militar do Ocidente, Putin mantém uma postura rígida, deixando claro que não pretende abrir mão de suas exigências estratégicas — o que lança dúvidas sobre a viabilidade de um acordo de paz no curto prazo.

Estratégia de Zelensky e articulação com aliados

Nos últimos meses, Zelensky passou a intensificar o diálogo com líderes europeus e aliados estratégicos, em uma tentativa de fortalecer sua posição antes das conversas com Trump. Na sexta, o presidente ucraniano fez uma breve escala no Canadá, onde se reuniu com o primeiro-ministro Mark Carney e participou de uma ligação com líderes europeus para alinhar posições.

Durante a visita, Carney anunciou a liberação de 2,5 bilhões de dólares canadenses em apoio econômico à Ucrânia, destinados à reconstrução do país. O premiê também classificou como “bárbaro” o ataque russo que atingiu Kiev na noite de sexta-feira.

Para Zelensky, a ofensiva foi uma resposta direta da Rússia aos esforços diplomáticos em curso. “Ficou claro que Putin não quer a paz. Nós queremos”, afirmou o presidente ucraniano, ao defender mais pressão internacional sobre Moscou e garantias de segurança robustas para Kiev.

Trump mantém discurso ambíguo

Às vésperas do encontro, Trump voltou a adotar um tom crítico em relação ao líder ucraniano. Em entrevista ao site Politico, afirmou que Zelensky “não tem nada até que eu aprove”, em referência às negociações para encerrar a guerra.

No início de dezembro o republicano já havia provocado o ucraniano em outra oportunidade, relembrando o fatídico bate boca entre eles no Slão Oval, em fevereiro. “Eu disse ‘vocês não têm cartas na manga’”, declarou Trump. “Aquele era o momento de negociar. Achei que teria sido um momento muito melhor para negociar… Eles têm muitas coisas contra eles agora”, acrescentou.

Apesar da declaração, o norte-americano disse acreditar que a reunião pode ser produtiva. “Acho que vai correr tudo bem com ele. Acho que vai correr tudo bem com [Vladimir] Putin”, afirmou, acrescentando que espera conversar com o presidente russo “em breve”.

O encontro ocorre em meio a negociações diplomáticas conduzidas por Washington e Kiev, mas cercadas de incertezas.

Territórios no centro das negociações

Zelensky já indicou que pretende tratar diretamente com Trump de temas sensíveis, incluindo possíveis concessões territoriais exigidas pela Rússia como condição para encerrar o conflito. Segundo ele, decisões desse tipo só podem ser tomadas no nível de chefes de Estado.

Em entrevista a jornalistas, o líder ucraniano ponderou que o encontro pode não resultar em um acordo definitivo, mas afirmou que os dois lados tentarão “avançar o máximo possível”.

Ele também disse que um plano de paz com 20 pontos, elaborado em conjunto por autoridades ucranianas e americanas, está “90% pronto”. O documento prevê garantias de segurança à Ucrânia e mecanismos para a reconstrução do país no pós-guerra.

Entre os principais impasses estão o futuro da usina nuclear de Zaporizhzhia, sob controle russo desde o início do conflito, e a criação de eventuais zonas desmilitarizadas ao longo da linha de frente, especialmente na região de Donetsk.



Fonte Metrópoles

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