A companhia chinesa ByteDance assinou um acordo para separar os ativos do Tik Tok nos Estados Unidos e criar uma nova entidade com maioria de investidores norte-americanos. A informação veio ao público na noite dessa quinta-feira (18/12), após o CEO do Tik Tok, Shou Chew, enviar um comunicado com a decisão para os funcionários.
O acordo é apoiado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e visa cumprir uma lei norte-americana aprovada em 2024, que obriga a ByteDance a ceder o controle da operação da plataforma nos EUA para que o aplicativo não seja banido do país.
O memorando informa que a ByteDance venderá mais de 50% da operação nos EUA para as empresas Oracle, Silver Lake e MGX, que formarão um grupo chamado TikTok USDS Joint Venture LLC, — o novo responsável pela operação da rede social em todos os Estados Unidos.
Outros 30,1% da unidade ficarão com alguns investidores que já são afiliados da ByteDance. A companhia chinesa terá controle de apenas 19,9% da operação nos EUA.
A transação ainda não foi concluída, mas a ByteDance estima que será finalizada até 22 de janeiro de 2026. A partir desta data, tem início uma transição de operação que dura até 120 dias.
“Firmamos acordos com investidores referentes a uma nova joint venture do TikTok nos EUA, permitindo que mais de 170 milhões de americanos continuem descobrindo um mundo de infinitas possibilidades como parte de uma comunidade global vital”, informou Shou Chew no comunicado.
A legislação foi aprovada no Congresso dos EUA para evitar que o governo da China tivesse acesso, por meio do Tik Tok, a dados de usuários norte-americanos — acusação que a ByteDance sempre negou.
Trump prorrogou três vezes o prazo para a lei entrar em vigor — a última data limite foi na terça-feira (16/12).
Até o momento, a ByteDance e o TikTok ainda não comentaram oficialmente o acordo de transação.
Entenda o caso
Com cerca de 170 milhões de usuários nos EUA, o TikTok foi retirado do ar no dia 19 de janeiro desde ano, pouco antes de entrar em vigor uma lei que exigia que a ByteDance vendesse o aplicativo por questões de “segurança nacional”.
Depois de assumir o mandato como presidente dos EUA, em 20 de janeiro, Trump assinou um decreto que adiou a aplicação da lei em 75 dias.
No fim de janeiro, Trump disse que vinha dialogando com empresários sobre a possível compra do TikTok.
No início de março, o republicano afirmou que poderia estender o prazo estipulado para o acordo para além do dia 5 de abril, caso necessário. O prazo foi adiado outras vezes até chegar no limite de 16 de dezembro de 2025.=
De acordo com dados da plataforma Sensor Tower, o TikTok foi o segundo app mais baixado nos EUA no ano passado, com 52 milhões de downloads (52% na App Store e 48% no Google Play).
