The Economist defende não reeleição de Lula e traça paralelo com Biden

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O jornal britânico The Economist publicou um artigo em defesa da não reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva devido a sua idade avançada, e traçou um paralelo com o governo de Joe Biden, nos Estados Unidos. Divulgado nessa terça-feira (30/12), o texto descreve que o Brasil teve um ano turbulento no âmbito político e que o líder brasileiro “consolidaria seu legado” ao se afastar da disputa presidencial.

“Lula tem 80 anos. Apesar de todo o seu talento político, é simplesmente arriscado demais para o Brasil ter alguém tão idoso no poder por mais quatro anos. Carisma não é escudo contra o declínio cognitivo. Lula é apenas um ano mais novo do que Joe Biden era no mesmo período do ciclo eleitoral de 2024 nos Estados Unidos, e isso terminou de forma desastrosa”, diz o artigo.

O artigo explica que as condições de saúde de Lula são melhores que as de Biden à época em que se elegeu presidente dos EUA, porém lembra que o líder brasileiro passou por algumas cirurgias. Em dezembro do ano passado, por exemplo, Lula foi operado no cérebro para estancar uma hemorragia interna após escorregar no banheiro e bater a cabeça. Além disso, o chefe do Planalto pode ter 85 anos quando finalmente resolver se aposentar.

“Opções melhores”

A prisão do ex-presidente Bolsonaro por tentativa de golpe de estado, a boa relação entre Lula e o presidente dos EUA, Donald Trump — que levou o líder norte-americano a recuar em relação às tarifas aplicadas a produtos brasileiros — e a ausência de adversários políticos foram citados como fatores de popularidade de Lula. O jornal destaca que os brasileiros têm razões para comemorar a democracia, mas “merecem opções melhores”.

O The Economist ainda enfatiza que os escândalos de corrupção em que Lula esteve envolvido no passado (Petrolão e Mensalão) pesam na decisão de brasileiros para não votar nele e faz críticas às propostas econômicas do país. O artigo também afirma que, assim como Biden, Lula não preparou um sucessor de imediato e aponta uma solução para conseguir um substituto em prazo curto.

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“O presidente faria um favor ao seu país e consolidaria seu legado — algo que Biden não fez — anunciando que cumprirá sua promessa e se afastará da disputa. Isso daria tempo para uma disputa adequada encontrar um novo campeão da centro-esquerda”, afirmou.

O desfecho do artigo cita um “racha político” na direita por um sucessor de Jair Messias Bolsonaro e afirma que, para derrotar o atual presidente, a direita deveria se unir para abandonar Flávio e achar outro candidato de centro-direita capaz de superar a polarização dos anos Lula-Bolsonaro.



Fonte Metrópoles

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