Salão do Automóvel de Tóquio exibe futuro menos ousado - 03/11/2025 - Mercado

Salão do Automóvel de Tóquio exibe futuro menos ousado – 03/11/2025 – Mercado

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O Japan Mobility Show, novo nome do Salão do Automóvel de Tóquio, está mais voltado para o novo mundo real na edição 2025. A eletrificação já não é mais uma novidade, e muitos dos carros exibidos buscam apresentar um futuro que não projeta décadas à frente, mas, sim, os próximos dois anos.

Não há utopia ou distopia dessa vez. As novidades são menos ousadas que as vistas em outros anos do evento. Um dos exemplos é o conceito que antecipa a próxima geração do Toyota Corolla, que também será produzida no Brasil. A montadora apresentou o modelo sem muito alarde, apenas destacando seu papel global no portfólio da marca.

Apesar da pouca ênfase dada ao modelo, o protótipo revela uma revolução no estilo do sedã, com faróis e lanternas interligadas por barras luminosas, estilo esportivo e área envidraçada maior. O desenho coube ao estúdio europeu da marca. Pela primeira vez, o carro terá uma versão puramente elétrica.

Para a montadora japonesa, o destaque do salão é a sua nova marca de luxo, chamada Century. Foi apenas nesta parte da entrevista coletiva que Akio Toyota, chairman e herdeiro da montadora, falou. Em um longo e emocionado discurso, o executivo destacou a história do nome e a sua ligação com o Japão.

Até então, Century era um sedã da marca japonesa lançado na década de 1960, muito comum entre taxistas. Agora se trata de uma divisão acima da Lexus, com modelos que podem custar o equivalente a R$ 1 milhão, ou mais.

O primeiro veículo apresentado é um utilitário esportivo conceitual. O carro parece bem mais luxuoso e bem resolvido que o SUV Century apresentado em 2024, ainda como se fosse um modelo da linha Toyota.

A Nissan exibe a nova geração da van Elgrand e modelos que devem chegar ao mercado brasileiro, como o elétrico Leaf e o Ariya, um SUV a bateria que é aguardado desde 2020. A montadora busca recuperar o protagonismo entre os eletrificados, posto que foi perdido para concorrentes chinesas.

Entretanto, um carro que não está em Tóquio é a principal novidade da marca para o Brasil. Ivan Spinosa, CEO da fabricante, confirmou que um novo SUV será feito em Resende (RJ) a partir de 2026. O nome será Kait, e parte de suas peças serão compartilhadas com o Kicks Play.

O executivo afirma que há outros carros em estudo para o mercado nacional, a exemplo do sedã elétrico N7. O modelo já foi lançado na China, onde registrou mais de 20 mil pedidos já na apresentação, em abril.

Mais do que os carros, o que mais chama a atenção no espaço da Nissan é seu próprio estande. Todo em preto e branco, foi inspirado em mangás e desenhos animados japoneses. “Quando eu era criança, sempre assistia a Speed Racer”, disse Alfonso Albaisa, chefe global de design da montadora japonesa.

Na Honda, os destaques são os modelos elétricos da linha Zero, que surgem como conceitos e antecipam o estilo de sua próxima geração de carros. A marca é uma das mais lentas em eletrificação plena, optando por investir mais em veículos híbridos.

O maior deles é o Saloon, que lembra um antigo Citroën SM devido ao perfil que mistura os conceitos sedã, cupê e perua. Ao seu lado está o protótipo Alfa, com elementos que devem fazer parte da próxima geração do HR-V.

Outro destaque da empresa é o novo Prelude, um cupê que reestreia com a mesma motorização 2.0 do Civic, que concilia gasolina e eletricidade. São 184 cv de potência, com foco na economia de combustível. No passado, o modelo fez sucesso no Brasil, sendo um dos primeiros da marca a chegar ao país após a reabertura aos importados.

No estande da Suzuki, a versão flex do SUV compacto Fronx surge como uma opção que se encaixaria bem no mercado nacional. Com cerca de quatro metros de comprimento, o modelo tem porte similar ao do Volkswagen Tera e pode rodar com etanol ou gasolina.

A tecnologia deve ser implementada no mercado indiano, onde a empresa japonesa está entre as líderes de venda com a submarca Maruti. O modelo também está disponível como motorização 1.5 híbrida.

Na Mitsubishi, o protótipo Elevance aparece em destaque. O modelo antecipa o futuro SUV de porte grande da empresa, que deverá ter motorização híbrida plug-in. Espera-se que a versão de produção retome o nome Pajero Full e se torne um projeto global, o que inclui o Brasil entre os destinos.

As marcas europeias estão tímidas em Tóquio, destacando mais séries especiais de seus modelos. A Mini exibe a versão Paul Smith de seu compacto, mantendo a tradição de oferecer carros com acabamento assinado pelo estilista inglês.

A Mercedes levou para o evento o conceito esportivo AMG GT XX, que havia sido apresentado em julho, na Alemanha. Com três motores elétricos, o modelo tem 1.360 cv de potência.

A chinesa BYD mostra mais uma vez sua ambição de conquistar mercados mundo afora. A marca exibe em Tóquio seu primeiro kei car, segmento exclusivo do mercado japonês e que, até então, só era ocupado por marcas locais. Chamado Racco, tem 3,40 m de comprimento e capacidade para rodar 180 km com uma carga completa.

O carro segue todos os preceitos exigidos para se enquadrar nas regras japonesas. O lançamento ocorrerá no segundo trimestre de 2026, mas seu preço ainda não foi divulgado. O valor equivalente deve ficar próximo a R$ 90 mil.

O menor modelo da montadora chinesa não tem previsão de ser lançado em outros mercados. O primeiro dia de visitação ao evento foi restrito à imprensa, não sendo possível ver a reação do público ao novo BYD. O salão está aberto até o dia 9 de novembro.

O jornalista viajou a convite da Nissan



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