Ícone de sino para notificações

Israel impõe prisão domiciliar a ex-procuradora que vazou vídeo

Mundo


A ex-procuradora-geral do Exército Yifat Tomer-Yerushalmi, detida após admitir ter autorizado o vazamento de um vídeo que mostra soldados israelenses supostamente torturando um preso palestino, foi colocada em prisão domiciliar por dez dias, conforme determinação de um tribunal israelense.

Yifat foi presa nessa segunda-feira (3/11), três dias após anunciar sua demissão e, em seguida, admitir o vazamento do vídeo.


Entenda o caso

  • O episódio que deu origem ao escândalo aconteceu em 5 de julho de 2024. Na data, cinco reservistas que atuavam na prisão militar de Sde Teiman, no deserto de Negev, teriam torturado um detento palestino algemado e vendado.
  • Na ocasião, ele ficou com as costelas quebradas, perfuração no pulmão esquerdo e lesões graves na região anal.
  • Relatos iniciais afirmavam que o preso havia sido estuprado na base militar, transformada em centro de detenção desde o início da guerra entre Israel e Hamas.
  • A acusação formal contra os soldados não registrou crime sexual, mas diz que um deles utilizou um “objeto cortante” para causar uma laceração interna. A Promotoria Militar baseia o caso em imagens de câmeras e documentos médicos.
  • A investigação provocou forte reação de grupos da extrema direita israelense. Em protestos, manifestantes chegaram a invadir duas bases militares depois que autoridades solicitaram o interrogatório dos soldados.

De acordo com a decisão judicial, a ex-procuradora só poderá deixar a residência após notificar previamente a unidade de investigação e apenas para se reunir com o advogado.

Ela também está proibida de contatar outras pessoas envolvidas no caso do vídeo por cerca de 55 dias, segundo a Al Jazeera.

No último domingo (2/11), o caso ganhou repercussão após o carro de Yifat ser encontrado próximo a uma praia no norte de Tel Aviv, o que levantou boatos sobre uma possível tentativa de suicídio. A polícia israelense negou a hipótese horas depois e informou que ela estava viva e sem ferimentos.

Na carta de renúncia, divulgada na sexta, Yifat confirmou que autorizou o vazamento em agosto de 2024 para defender a credibilidade do departamento jurídico militar. Segundo ela, o órgão vinha sendo alvo de ataques políticos.

“Os detidos em Sde Teiman são terroristas (…) da pior espécie. É imperativo levá-los à Justiça. Contudo, isso não diminui nosso dever de investigar quando houver suspeita razoável de violência contra um detido”, afirmou ela no documento. “Infelizmente, esse entendimento básico — de que existem ações que jamais devem ser tomadas, mesmo contra os detentos mais vis — já não convence a todos.”

Ela afirmou, também, que aprovou a divulgação do material à mídia numa “tentativa de combater a propaganda falsa dirigida contra as autoridades militares responsáveis pela aplicação da lei”.

Contudo, o escândalo passou a ser usado por aliados do governo para tentar barrar punições ao reservistas.



Fonte Metrópoles

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *