Fazenda quer R$ 120 milhões para turbinar comunicação - 07/11/2025 - Mercado

Fazenda quer R$ 120 milhões para turbinar comunicação – 07/11/2025 – Mercado

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O Ministério da Fazenda pede um aumento de R$ 120 milhões no orçamento para turbinar ações de comunicação e divulgar bandeiras da pasta, como a reforma tributária e o Plano de Transformação Ecológica.

A verba teria o poder de modificar bruscamente as ações de divulgação da pasta comandada por Fernando Haddad (PT), hoje limitadas a um contrato de cerca de R$ 13 milhões de comunicação institucional e assessoria de imprensa.

O pedido foi feito em agosto e reforçado no fim de outubro para o Ministério do Planejamento e Orçamento. O aumento da verba ainda deve ser avaliado pela JEO (Junta de Execução Orçamentária).

No ofício em que repete o pleito, a Fazenda afirma que os recursos serão utilizados na contratação de três serviços: comunicação institucional, publicidade de utilidade pública e comunicação digital. Ainda diz que a ideia é divulgar ações da pasta, “entre as quais a reforma tributária, o Plano de Transformação Ecológica e as apostas de quota fixa”.

O movimento da Fazenda acompanha a estratégia de apostar na comunicação e propaganda às vésperas do ano eleitoral. O governo Lula já ampliou o orçamento da Secom em mais de R$ 116 milhões durante o ano, alcançando cerca de R$ 876 milhões em 2025. A cifra é a maior reservada para a pasta desde 2017.

Como a Folha mostrou, o ministro Haddad ainda deve viajar pelo Brasil para divulgar pautas que são apostas para alavancar a popularidade de Lula, como a aprovação do projeto que dá isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5.000.

Em setembro, o ministério de Haddad lançou edital para contratação de empresas de comunicação institucional por cerca de R$ 30 milhões. Na concorrência, a Fazenda pede a apresentação de uma estratégia de comunicação capaz de elevar em 25% o engajamento nos canais digitais do ministério em seis meses, além de ampliar em 20% a presença positiva do órgão na mídia nacional e regional.

A Fazenda ainda não explicou como deseja aplicar a verba em serviços de publicidade e comunicação digital. A Secom já tem feito campanhas ligadas a bandeiras da equipe econômica e empenhou ao menos R$ 40 milhões com a publicidade sobre ampliação da faixa de isenção do IR.

Em geral, os ministérios contratam agências para produzir as campanhas e comprar espaços publicitários em veículos de comunicação. Nos últimos anos, os órgãos públicos ainda têm feito contratos de comunicação digital, voltados à criação de vídeos e outras peças para as redes sociais —a Secom, por exemplo, tem uma licitação aberta para este serviço.

A Fazenda disse apenas que lançou o edital para comunicação institucional para substituir o contrato atual, que termina em dezembro. A pasta ainda afirmou que mencionou as apostas de quota fixa no pedido por mais verba por causa da necessidade de informar e conscientizar a população “sobre a diferença entre o mercado legal e o ilegal”.

A medida foi considerada urgente pelo grupo de trabalho do governo sobre redução de danos do jogo problemático, segundo o ministério.

O pedido por mais verba ainda cita a reforma tributária, que começa a ser implantada em 2026. O governo tem preparado uma série de medidas para explicar os efeitos da reforma, como um portal com dados sobre a mudança.

A Fazenda também mencionou a ideia de divulgar o Plano de Transformação Ecológica, que foi lançado pela pasta na COP28, como um instrumento para atração de investimentos internacionais públicos e privados necessários para o cumprimento da meta climática.

Questionado sobre o plano de turbinar a comunicação um ano antes do pleito de 2026, o ministério disse que toda a comunicação do governo federal obedece as regras do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sobre o período.

Desde o começo do governo, a política fiscal de Haddad vinha sendo criticada até mesmo por aliados do presidente. Parte dos integrantes do Executivo avalia que propostas apresentadas pela Fazenda, consideradas impopulares, atingem a popularidade do governo federal. O ministro chegou a receber da oposição o apelido de “Taxad” por medidas que aumentavam os tributos.

Há um esforço do governo para modificar essa leitura sobre as políticas da Fazenda, além de reforçar o discurso de que é preciso cobrar dos ricos em favor dos pobres. A Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência e o próprio PT planejam destacar a sanção da isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000 em peças na televisão e nas redes sociais, além das inserções partidárias.

O governo Lula mudou sua estratégia de comunicação desde que Sidônio Palmeira assumiu a Secom, em janeiro. A pasta ampliou a verba para anúncios na internet e passou a apostar na contratação de influenciadores, além da produção de modelos de vídeos virais.



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