EUA têm maior número de demissões em outubro desde 2003 - 06/11/2025 - Mercado

EUA têm maior número de demissões em outubro desde 2003 – 06/11/2025 – Mercado

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As empresas americanas anunciaram em outubro o maior número de demissões para o mês em mais de duas décadas, impulsionadas pelo avanço da inteligência artificial e por programas de redução de custos, segundo dados da consultoria Challenger, Gray & Christmas.

Foram 153.074 cortes de vagas no mês passado —quase três vezes o total de outubro de 2024—, com destaque para os setores de tecnologia e logística. O número é o mais alto para um mês de outubro desde 2003, quando a popularização dos celulares também causou forte disrupção no mercado de trabalho.

“Alguns setores estão se ajustando após o boom de contratações da pandemia, mas agora vemos o impacto da adoção da IA, do enfraquecimento do consumo e dos custos crescentes”, afirmou Andy Challenger, diretor da consultoria. “Quem é demitido hoje está encontrando mais dificuldade para se recolocar, o que tende a afrouxar o mercado de trabalho.”

No acumulado do ano, as demissões ultrapassaram 1 milhão —o maior número desde a pandemia. No mesmo período, os empregadores americanos anunciaram o menor volume de planos de contratação desde 2011. As contratações sazonais até outubro também estão no patamar mais baixo desde o início da série, em 2012.

Entre as grandes corporações, a Target cortou 1.800 cargos (8% de seu quadro corporativo), a Amazon anunciou o corte de 14 mil funções administrativas e a Paramount Skydance demitiu cerca de mil funcionários. Starbucks, Delta Air Lines, CarMax, Rivian e Molson Coors também reduziram pessoal.

A UPS informou que reduziu em 34.000 o número de trabalhadores operacionais, cerca de 70% mais do que havia previsto, em parte devido ao aumento do uso de automação.

Outras empresas estão eliminando camadas de gestão e ajustando contratações feitas durante a pandemia para proteger margens diante de tarifas mais altas e custos crescentes.

Os cortes em massa aumentam o risco de deterioração do mercado de trabalho em um momento em que as contratações diminuem. Os dados contrastam com a avaliação recente do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, de que o mercado de trabalho estaria apenas “esfriando gradualmente”.

Jamie Dimon, presidente do JPMorgan Chase, afirmou que o banco pretende manter ou até aumentar seu quadro à medida que a IA se expande, realocando funcionários cujas funções forem impactadas.

“A tecnologia vai reduzir a carga de trabalho em várias funções, mas também criará empregos”, disse à CNN.

Apesar do clima de incerteza, as folhas de pagamento nas empresas privadas cresceram em 42 mil vagas em outubro, após dois meses de queda, segundo a ADP Research —um sinal de estabilização, ainda que em meio à desaceleração geral da demanda por trabalho.



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