O Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos, conhecido pela sigla ICE (Immigration and Customs Enforcement, em inglês), estaria planejando uma maneira polêmica de acelerar o processo de deportação de imigrantes ilegais. Gigantescos armazéns industriais seriam revertidos em centros de detenção para abrigar 80 mil pessoas simultaneamente, aguardando a hora de sua expulsão do país.
Segundo denúncia feita pelo jornal americano The Washington Post, após acesso à minuta do edital com o plano, um alto funcionário do ICE descreveu a mudança como sendo semelhante a um armazém da Amazon Prime, só que para pessoas.
O tratamento dos imigrantes como mercadorias não foi visto com bons olhos pelos defensores de direitos humanos. No início de dezembro, o ICE teria detido mais de 68 mil pessoas, o nível mais alto já registrado, sendo que quase metade deles, cerca de 48%, não têm condenações criminais ou acusações pendentes.
O sistema utilizaria 16 locais menores como “triagem”, depois os imigrantes detidos seriam encaminhados para grandes centros, alguns com capacidade para até 10 mil pessoas. Os locais propostos incluem Stafford, Virgínia; Hutchins, perto de Dallas; e Hammond, Louisiana.
Os locais seriam reformados e teriam áreas residenciais com banheiros, cozinhas e refeitórios, unidades médicas, bibliotecas jurídicas, espaços de recreação, áreas de triagem e escritórios administrativos. Algumas instalações incluiriam até moradias para famílias.
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O ICE declarou ao jornal americano que o sistema visa “maximizar a eficiência, minimizar os custos, reduzir o tempo de processamento, limitar a duração da estadia, acelerar o processo de remoção e promover a segurança, a dignidade e o respeito por todos sob custódia”.
O plano ainda é um rascunho e está sujeito a alterações. No sistema atual, as pessoas são transferidas para qualquer instalação que tenha vagas disponíveis até serem enviadas aos seus países de origem.
US$ 3 mil para sair voluntariamente
O governo do presidente Donald Trump triplicou para US$ 3 mil (cerca de R$ 16,7 mil) o valor pago a imigrantes em situação irregular que aceitarem deixar o país voluntariamente até o fim deste ano.
A medida foi anunciada pelo Departamento de Segurança Interna (DHS) nessa segunda-feira (22/12) como uma “benesse” e descrita pela secretária Kristi Noem como um gesto de “generosidade” aos estrangeiros sem status legal.