O Departamento do Interior dos Estados Unidos incluiu cobre, prata e carvão metalúrgico em sua lista de minerais críticos, ampliando a probabilidade de que esses materiais sejam incorporados a futuras políticas tarifárias.
Os três estão entre os dez elementos adicionados nesta quinta-feira (6) à lista, atualizada a cada três anos pelo Serviço Geológico dos EUA (USGS). A relação define quais minerais entram na próxima revisão da Seção 232, que avalia tarifas aplicadas por motivos de segurança nacional. Ela também influencia a decisão sobre quais projetos domésticos podem receber apoio financeiro federal.
O governo de Donald Trump transformou a segurança das cadeias de suprimentos de minerais críticos em uma de suas principais prioridades e ampliou de forma significativa a definição do que é considerado “crítico”.
Alguns dos novos itens já são produzidos e exportados em grandes quantidades pelos EUA, como o carvão metalúrgico e o boro. Segundo o USGS, o boro foi incluído após contribuições de produtores do setor na Califórnia.
“Essa lista é um sinal ao mercado sobre o que o governo americano está priorizando”, disse Gracelin Baskaran, diretora do programa de segurança de minerais críticos do Center for Strategic and International Studies (CSIS). “Será mais fácil obter apoio do governo para um mineral classificado como ‘crítico’.”
Embora a inclusão do cobre e do carvão fosse amplamente esperada, a entrada da prata na lista tem potencial para abalar o mercado do metal, caso tarifas sejam de fato introduzidas.
A analista Suki Cooper, do Standard Chartered, afirmou que ainda é incerto se os EUA de fato aplicarão tarifas sobre a prata. A inclusão, disse ela, “é apenas o primeiro passo nesse processo”.
Ainda assim, o país já incluiu alguns códigos aduaneiros da prata em sua lista de isenções tarifárias, o que sugere que certos tipos do metal provavelmente não serão afetados.
Os temores sobre possíveis tarifas levaram a um acúmulo recorde de estoques em Nova York —que atingiram o maior nível da história no mês passado— e a escassez temporária de prata em Londres.
Os EUA importam cerca de dois terços de toda a prata que consomem, usada amplamente na eletrônica, em painéis solares, joias e investimentos. O preço do metal ultrapassou US$ 50 por onça em outubro, impulsionado pela forte demanda industrial e pelo interesse de investidores.
Outros minerais adicionados à lista incluem chumbo, fosfato, silício, urânio e rênio, usado em motores a jato.
O USGS também apontou elementos com “maior risco” de ruptura nas cadeias de suprimento, como ródio, gálio, germânio, tungstênio, diversas terras raras e potássio, majoritariamente importado do Canadá.
Segundo a definição oficial do USGS, um mineral crítico é aquele “essencial à segurança econômica ou nacional dos EUA; cuja cadeia de suprimentos seja vulnerável a interrupções; e que desempenhe uma função indispensável na manufatura de um produto cuja ausência teria consequências significativas para a economia ou a segurança nacional”.
O Departamento de Energia mantém uma lista semelhante, que inclui 41 elementos e foi atualizada pela última vez em 2023.
