A idade média dos compradores de primeira casa nos Estados Unidos subiu para um recorde de 40 anos, à medida que os preços elevados e as taxas de hipoteca nos últimos anos atrasam a aquisição de casa própria para milhões de americanos.
A idade em que as pessoas compram sua primeira casa subiu rapidamente desde 2021, quando a média era de 33 anos, de acordo com uma pesquisa da Associação Nacional de Corretores de Imóveis (NAR, na sigla em inglês). Em 1981, quando a pesquisa foi realizada pela primeira vez, a idade média era de 29 anos.
O perfil anual de compradores e vendedores da NAR, divulgado nesta terça-feira (4), retrata um mercado imobiliário no qual americanos mais jovens e com dificuldades financeiras estão lutando para se tornarem donos de imóveis, enquanto um grupo mais rico e frequentemente mais velho consegue dar entradas maiores e pagar casas à vista.
A entidade alertou que perder uma década de acesso à moradia pode custar aos americanos cerca de US$ 150 mil em valorização patrimonial em uma casa de entrada típica. O preço mediano de um imóvel usado está atualmente em US$ 415,2 mil — alta de mais de 50% desde 2019. Ao mesmo tempo, as taxas de hipoteca estão aproximadamente o dobro do que eram no fim de 2021.
“As implicações para o mercado imobiliário são impressionantes”, disse Jessica Lautz, economista-chefe adjunta da NAR, em um comunicado. “Os compradores de primeira viagem de hoje estão acumulando menos patrimônio imobiliário e provavelmente terão menos mudanças ao longo da vida como resultado.”
No último ano, os compradores de primeira viagem representaram 21% do mercado, o nível mais baixo desde que a NAR começou a coletar esses dados em 1981 e cerca de metade da média registrada anterior a crise de 2008.
Assim como os novatos, o comprador típico que já possui um imóvel também está mais velho: a idade média subiu de 61 para 62 anos. Esse grupo, porém, tem muito mais poder de compra. Os compradores recorrentes deram entradas médias equivalentes a 23% do valor do imóvel, o maior nível desde 2003. A parcela de compras à vista igualou o recorde de 26%, impulsionada por baby boomers que usam dinheiro próprio para adquirir casas onde pretendem viver após a aposentadoria, informou Lautz por e-mail.
A NAR enviou as pesquisas em julho, coletou 6.103 respostas de compradores que adquiriram uma casa entre julho de 2024 e junho como sua residência principal.