Os Estados Unidos aprovaram, nessa quarta-feira (17/12), um pacote de venda de armas para Taiwan, avaliado em mais de US$ 11,1 bilhões, que reforça a capacidade de defesa da ilha — o negócio é considerado o maior destinado ao território. A venda ocorre em meio à escalada de tensões entre China e Japão, com discussões diplomáticas.
A Agência de Cooperação de Segurança de Defesa dos EUA (DSCA, na sigla em inglês) publicou oito comunicados detalhando cada venda, nos quais afirma que “ajudarão a melhorar a segurança do destinatário e a manter a estabilidade política, o equilíbrio militar e o progresso econômico na região”.
China x Japão
- A primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, se tornou o centro das atenções no último mês ao declarar que Tóquio reagirá militarmente caso a China avance sobre Taiwan, ocasionando uma longa discussão diplomática entre ambos os países.
- Durante uma sessão no Parlamento japonês, a premiê foi questionada sobre ameaças à segurança do país. Ela afirmou que um bloqueio naval chinês a Taiwan, caso envolva ações militares, poderia representar um risco à sobrevivência do Japão, que teria de usar a força para se defender.
- O governo chinês não reagiu bem aos comentários de Takaichi. O Ministério das Relações Exteriores da China exigiu que ela retirasse as declarações sobre Taiwan.
O pacote inclui obuseiros autopropulsados e equipamentos como sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade, sistemas de mísseis guiados por fio com rastreamento óptico e lançados por tubo, além de software, aparelhos e serviços para rede de missão tática.
A DSCA informou que a venda para Taiwan “melhorará a capacidade do beneficiário de enfrentar ameaças atuais e futuras, aprimorando a comunicação e a interoperabilidade de suas forças”.
A venda ocorre um dia após o governo norte-americano também ter aprovado uma possível Venda Militar Estrangeira ao Japão, para o fornecimento de navios militares, com custo estimado em US$ 100,2 milhões, que, segundo os EUA, “aprimorará a capacidade do Japão de enfrentar ameaças atuais e futuras”.
Estratégia
No começo do mês, a Casa Branca anunciou a nova estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos, destacando como prioridade a dissuasão de confrontos militares, especialmente em Taiwan.
No documento divulgado pela Casa Branca, os Estados Unidos expressam preocupação com a região de Taiwan e alegam que a situação atual não deve ser alterada.
