CEO da Nvidia diz que China vai vencer corrida da IA - 05/11/2025 - Mercado

CEO da Nvidia diz que China vai vencer corrida da IA – 05/11/2025 – Mercado

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O CEO da Nvidia, Jensen Huang, disse nesta quarta-feira (5) que a China superará os Estados Unidos na corrida pela inteligência artificial, graças a custos de energia mais baixos e regulamentações mais brandas.

Em suas declarações mais contundentes até agora, o chefe da empresa mais valiosa do mundo disse ao Financial Times: “A China vai vencer a corrida da IA.”

As observações de Huang vêm depois de o governo Trump manter a proibição que impede a Nvidia, sediada na Califórnia, de vender seus chips mais avançados para Pequim —decisão reafirmada após uma reunião entre o presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping na semana passada.

Huang afirmou que o Ocidente —incluindo EUA e Reino Unido— está sendo prejudicado pelo “cinismo”. “Precisamos de mais otimismo”, disse ele nesta quarta à margem do Future of AI Summit, evento organizado pelo Financial Times.

Ele criticou ainda novas regras estaduais sobre IA nos EUA, que podem gerar “50 regras diferentes”, e comparou esse cenário à política chinesa de subsídios energéticos, que torna mais barato para as empresas locais operar alternativas domésticas aos chips da Nvidia. “A energia lá é de graça”, afirmou.

O FT noticiou nesta semana que a China ampliou os subsídios de energia para diversos grandes centros de dados operados por ByteDance, Alibaba e Tencent.

Governos locais reforçaram os incentivos elétricos após empresas de tecnologia chinesas reclamarem aos reguladores sobre os altos custos de uso de semicondutores nacionais, de companhias como Huawei e Cambricon, segundo interlocutores a par do assunto. A maioria desses chips é menos eficiente em energia que os fabricados pela Nvidia.

Huang já havia alertado anteriormente que os modelos de IA americanos mais recentes não estavam muito à frente dos chineses, pedindo que Washington abrisse o mercado a seus chips para manter o resto do mundo dependente da tecnologia americana.

Mas, após o encontro com Xi, Trump declarou na semana passada que não permitirá que a China use os chips Blackwell de ponta da Nvidia.

“Os mais avançados, não deixaremos ninguém tê-los além dos Estados Unidos”, disse à CBS. “Vamos deixá-los negociar com a Nvidia, mas não no que diz respeito aos mais avançados.”

A Nvidia realizou na semana passada uma conferência de desenvolvedores em Washington, reforçando seus esforços para conquistar aliados no governo.

O valor de mercado da empresa ultrapassou US$ 5 trilhões pela primeira vez na semana passada, impulsionado pelos comentários de Trump de que planejava discutir os chips Blackwell com Xi na Coreia do Sul —tema que, no fim, não foi abordado, segundo o próprio presidente.

Trump havia sugerido anteriormente que a Nvidia poderia voltar a vender à China uma versão modificada de seus processadores mais recentes.

“É possível que eu faça um acordo” sobre uma versão do Blackwell “enfraquecida de propósito”, disse o presidente em agosto.

As declarações vieram depois de Nvidia e AMD aceitarem pagar 15% das receitas obtidas na China ao governo dos EUA pelas vendas de processadores de IA já adaptados ao mercado local.

O governo americano, contudo, ainda não adotou as normas necessárias para permitir essas vendas.

A preocupação dos EUA com o avanço chinês em IA cresceu ao longo do ano, desde que o pequeno laboratório chinês DeepSeek surpreendeu o mundo com a sofisticação de seu modelo de linguagem de grande porte.

O lançamento do modelo DeepSeek em janeiro provocou um debate acalorado no Vale do Silício sobre se as empresas americanas de IA, como OpenAI e Anthropic, conseguiriam manter sua vantagem tecnológica diante do avanço chinês.



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