A Axia Energia (ex-Eletrobras) divulgou nesta quarta-feira (5) a aprovação por seu conselho de administração de uma distribuição de R$ 4,3 bilhões de dividendos, sob a forma de dividendos intermediários, com a utilização de parte do saldo da reserva estatutária.
Nos resultados para o terceiro trimestre divulgados nesta quarta, a empresa registrou um prejuízo líquido de R$ 5,45 bilhões, revertendo lucro apurado em igual período do ano passado, após contabilizar no resultado trimestral a venda de sua participação na Eletronuclear.
A companhia elétrica reconheceu no trimestre uma despesa de R$ 7 bilhões em alienação de ativos, sem efeito no caixa, em função principalmente da venda da fatia na estatal, comprada pelo grupo J&F. Também foram concluídas no período outras operações, como descruzamento de ativos com a Copel e a venda da participação na Emae para a Sabesp.
No critério ajustado, o lucro da Axia ficou em R$ 2,2 bilhões no terceiro trimestre, uma queda de 68% na comparação anual. O principal impacto nesse caso foi o reconhecimento de remensuração regulatória dos contratos de transmissão de energia, segundo a empresa.
A receita líquida regulatória ajustada da companhia alcançou R$ 9,97 bilhões no terceiro trimestre, queda de 4,6% na comparação anual, impactada principalmente por uma menor receita de geração devido à alienação das térmicas do Amazonas e da venda adicional de energia da usina hidrelétrica de Tucuruí.
Em relatório que acompanha o balanço, a empresa destacou que as operações de venda e descruzamento de ativos realizadas nos últimos meses aceleram “o processo de simplificação e eliminação de riscos” da companhia.
“Esses fatores aliados aos robustos resultados alcançados no terceiro trimestre, a resiliência dos preços em 2026, os avanços na comercialização da energia e o aperfeiçoamento do nosso modelo de energia de longo prazo, geraram capital alocável… possibilitando a proposta de dividendos e a participação no leilão de transmissão”, escreveu a empresa.
Os investimentos da Axia somaram R$ 2,7 bilhões no terceiro trimestre, aumento de 32% em relação ao trimestre anterior e de 57% na comparação anual.
Já o estoque de provisão referente ao empréstimo compulsório, principal passivo do balanço da companhia, alcançou R$ 11,7 bilhões ao final do terceiro trimestre, uma redução de R$ 2,7 bilhões na comparação com o terceiro trimestre de 2024 e de R$ 362 milhões em relação ao trimestre anterior.