O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (14/11), que solicitará à procuradora-geral Pam Bondi e ao Departamento de Justiça (DOJ) uma investigação sobre as ligações do financista Jeffrey Epstein com figuras de destaque do Partido Democrata e com grandes instituições financeiras.
A ordem ocorre após democratas divulgarem e-mails de Epstein que mencionam Trump e pressionarem pela liberação de todos os arquivos do caso.
A manifestação de Trump foi feita em uma postagem no Truth Social, onde o líder norte-americano acusou os democratas de “reviverem a farsa de Epstein” para desviar a atenção do impasse político em Washington.
“Pedirei à procuradora-geral Pam Bondi e ao Departamento de Justiça, juntamente com nossos grandes patriotas do FBI, que investiguem o envolvimento e o relacionamento de Jeffrey Epstein com Bill Clinton, Larry Summers, Reid Hoffman, JP Morgan, Chase e muitas outras pessoas e instituições”, escreveu o republicano.
Na publicação completa, o norte-americano classificou a nova onda de cobranças sobre o caso Epstein como um “golpe” semelhante às investigações sobre interferência russa. Ele afirmou que “todas as evidências apontam para os democratas” e alegou que figuras do partido “passaram grande parte de suas vidas com Epstein e em sua ilha”.
Reação à pressão pela liberação dos arquivos
A medida ocorre após uma semana de forte pressão no Congresso para o governo divulgar todos os documentos do DOJ relacionados a Epstein. Democratas — e alguns republicanos — assinaram uma petição para forçar uma votação na Câmara.
Trump tentou impedir o avanço da iniciativa, porém, não obteve sucesso.
A Casa Branca chegou a convocar uma reunião na Sala de Situação com um parlamentar republicano que apoiou a petição antes de ela atingir a marca decisiva de 218 assinaturas. Diante do apoio crescente, o presidente da Câmara, Mike Johnson, afirmou que agendará a votação para a próxima semana, indicando haver respaldo significativo na própria base republicana.
Frustrado, Trump publicou uma série de críticas no Truth Social, chamando parlamentares republicanos favoráveis à divulgação dos arquivos de “fracos e tolos” e voltando a dizer que o caso é “mais uma farsa”.
Acusações e respostas
Entre as instituições citadas, segundo a CNN Internacional, o JPMorgan Chase respondeu por meio da porta-voz Patricia Wexler, afirmando que o banco encerrou o relacionamento com Epstein “anos antes de sua prisão por acusações de tráfico sexual”.
Em 2023, JPMorgan pagou US$ 290 milhões para encerrar uma ação coletiva movida por sobreviventes que acusavam o banco de ignorar transações suspeitas que teriam facilitado crimes do financista. A instituição também firmou acordo de US$ 75 milhões com as Ilhas Virgens Americanas — ambos sem admissão de culpa.
“O governo tinha informações comprometedoras sobre os crimes dele e não as compartilhou conosco”, disse Wexler.
