Em mais uma tentativa de amenizar as tensões com os Estados Unidos, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu paz entre as nações, e mandou um recado para os norte-americanos: “Chega de guerras injustas”.
A declaração do líder venezuelano ocorreu nessa quinta-feira (13/11) durante uma marcha em Caracas da “Juventude Comunal”, organização social e política idealizada por Hugo Chavéz, antecessor de Maduro.
“Chega de guerras intermináveis, chega de guerras injustas, chega de Líbia, chega de Afeganistão”.
Questionado pela CNN se tinha uma mensagem a Donald Trump, Maduro pediu trégua. “Minha mensagem é: sim, paz! sim, paz! Estamos ocupados com o povo, governando com paz”, afirmou o líder venezuelano.
O recado ocorre após as tensões escalarem de forma significativa entre as duas nações. O governo norte-americano intensifica as ofensivas com navios de guerra, submarinos e caças F-35 dos EUA, montando um “cerco” no Caribe, ao bombardear embarcações na rota marítima, sob o pretexto de combater o narcotráfico. Até o momento, há pelo menos 80 mortos, o que Trump designa como “narcoterroristas”.
O movimento socialista a favor de Maduro contou com a presença de 5.336 comitês comunais de Juventude, organizações governamentais que atuam no desenvolvimento de projetos comunitários.
Em meio à manifestação pró-chavista, o líder venezuelano ordenou medidas de segurança para o país diante de uma possível invasão dos EUA, ordenando a mobilização massiva de meios terrestres, aéreos, navais, fluviais e de mísseis.
“Fiquei impressionado com a grandeza da Marcha da #JuventudComunera , que saiu às ruas para dizer: a Venezuela quer paz e pátria! Juventude e presidente! Unidos hoje e para sempre. Temos que ser um só. Os jovens espalham alegria, força e otimismo. 5.336 comitês comunais de juventude foram estabelecidos em todo o território”, destacou.
Operação militar na América Latina
O secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, sob ordem de Trump, anunciou o lançamento de uma para combater “narcoterroristas”. A operação foi batizada de Lança do Sul, e será liderada pelo Comando Sul dos EUA (Southcom), responsável por operações na América Central, América do Sul e Caribe.
O argumento de impedir o tráfico internacional é usado desde o início das ofensivas, quando Maduro foi classificado como chefe do Cartel de Los Soles. Segundo Hegseth, a ação visa defender os EUA, assim como proteger o “hemisfério ocidental”.
“Liderada pela Força-Tarefa Conjunta Southern Spear e a Southcom, esta missão defende nossa pátria, remove narcoterroristas do nosso hemisfério e protege nossa pátria das drogas que estão matando nosso povo. O hemisfério ocidental é a vizinhança da América — e nós o protegeremos”, ressaltou Hegseth.