A capital ucraniana, Kiev, sofreu um grande ataque russo na manhã de sexta-feira (14/11), que matou ao menos quatro pessoas, de acordo com o presidente Volodymyr Zelensky. Segundo as autoridades locais, dezenas de moradores da capital ficaram feridos. Moscou relatou a destruição de mais de 200 drones ucranianos em seu território.
“Quatro pessoas morreram […], cerca de 430 drones e 18 mísseis foram usados”, declarou o presidente ucraniano. Ele acusou a Rússia de um “ataque calculado para causar o máximo de danos à população e às infraestruturas civis”.
“Os russos estão atacando prédios residenciais. Há muitos prédios grandes danificados em Kiev, em quase todos os distritos”, disse Timur Tkachenko, chefe da administração militar da cidade.
A polícia de Kiev informou pelo Telegram que “uma idosa morreu no distrito de Desnyansky e 24 pessoas ficaram feridas, incluindo uma gestante e um menino de 10 anos”. A polícia acrescentou que cerca de 30 prédios residenciais foram danificados nos ataques com mísseis e drones durante a noite.
Fontes locais informaram que ouviram fortes explosões no centro da cidade durante a madrugada e observaram que os sistemas de defesa aérea foram ativados contra ataques de drones e mísseis.
No início da manhã de sexta-feira, o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, pediu aos moradores que se abrigassem, alertando para “um ataque inimigo massivo à capital”. Ele acrescentou que incêndios começaram em vários bairros após os ataques aéreos e que os serviços de emergência foram mobilizados.
“Trechos da rede de aquecimento foram danificados. No distrito de Desniansky, devido a uma situação de emergência na tubulação principal de aquecimento, alguns prédios estão temporariamente sem aquecimento”, explicou ele. Também são esperados cortes no fornecimento de água e eletricidade, alertou o prefeito.
Oito dos dez distritos da cidade foram atingidos pelos ataques aéreos, de acordo com os serviços de emergência, e a prefeitura alertou que o transporte público seria interrompido na capital na manhã de sexta-feira.
Oleksandr Markoushyn, prefeito de Irpin, município na região de Kiev, descreveu uma “noite difícil” com “diversos drones e mísseis sobrevoando a cidade” em sua página no Facebook.
Dando continuidade à ofensiva iniciada em 2022, a Rússia, com suas forças mais bem equipadas, avança no leste da Ucrânia, particularmente na região de Donetsk, onde se concentra a maioria dos combates recentes.
Enquanto isso, Moscou vem intensificando seus bombardeios contra a infraestrutura civil e energética ucraniana, bem como contra a rede ferroviária, há semanas. Com a aproximação do inverno, as temperaturas caem no país e a eletricidade e o gás são importantes para aquecer as casas.
Drones ucranianos destruídos
Do lado russo, as autoridades anunciaram a destruição de um grande número de drones ucranianos, alguns dos quais tinham como alvo o porto petrolífero de Novorossiysk, no Mar Negro, além das cidades de Volgogrado e Saratov.
“Durante a noite, os sistemas de defesa aérea interceptaram e destruíram 216 drones ucranianos”, incluindo 66 na região sul de Krasnodar e 59 sobre o Mar Negro, informou o ministério no Telegram.
Um incêndio foi deflagrado em uma refinaria de petróleo em Novorossiysk e posteriormente controlado. Vários prédios residenciais foram danificados por fragmentos de drones, assim como uma embarcação civil, deixando quatro feridos, segundo as autoridades.
Os ataques com drones ucranianos causam danos regulares ao setor de petróleo e gás e aos oleodutos utilizados para o transporte de hidrocarbonetos, levando ao aumento dos preços dos combustíveis.
As negociações de paz entre Kiev e Moscou estão paralisadas após o adiamento de uma cúpula em Budapeste, que havia sido discutida entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin.
