A escritora Ana Maria Gonçalves, que toma posse nesta noite como a primeira mulher negra na Academia Brasileira de Letras, apareceu trajada com um vestido inspirado no tradicional fardão da Casa de Machado.
Segundo ela disse ao portal Alma Preta, que revelou pela primeira vez os trajes, as roupas foram confeccionadas pela escola de samba carioca Portela, que homenageou sua obra “Um Defeito de Cor” com um enredo em 2024.
O fardão costumava ser feito sempre pelo mesmo profissional no Rio, e Gonçalves disse ao Alma Preta que legou a função ao carnavalesco da Portela, André Rodrigues, coordenador de um time de costureiros e bordadeiros que incluiu João Vitor Lacombe, Carolina Bomfim, Rayane Costa e Anthony Albuquerque.
A autora de 55 anos é apenas a 13ª mulher a tomar posse na história de 128 anos da Academia, que tem 40 cadeiras. Hoje a ABL tem dois homens negros em seu quadro, Gilberto Gil e Domício Proença Filho, além do escritor indígena Ailton Krenak.
Acadêmicas empossadas recentemente, como a historiadora Lilia Schwarcz e a jornalista Míriam Leitão, usaram o fardão adaptado em terninhos justos.
Ao tomar posse como a primeira mulher na ABL, em 1977, a escritora Rachel de Queiroz usou um vestido, que inspirou o modelo em verde e dourado usado por Gonçalves agora.