Nvidia planeja reindustrializar EUA com IA - 02/11/2025 - Mercado

Nvidia planeja reindustrializar EUA com IA – 02/11/2025 – Mercado

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Antes de cofundar a Nvidia, a pioneira dos chips de inteligência artificial (IA), Jensen Huang era um auxiliar de garçom no Denny’s, uma rede de restaurantes. Ele brincou sobre isso em 28 de outubro enquanto servia água aos painelistas no primeiro grande encontro de sua empresa em Washington, DC. De auxiliar de garçom a bilionário, Huang agora também está a serviço do Presidente Donald Trump. Pouco depois de fazer um discurso repleto de elogios ao presidente, ele voou para a Coreia do Sul para acompanhá-lo enquanto se preparava para negociações comerciais com a China.

Muitas pessoas olham com desconfiança para a forma como a elite tecnológica se aproximou do presidente. Mas o chefe da empresa mais valiosa do mundo, que antes mantinha distância da política, diz estar “incrivelmente orgulhoso” de que a Nvidia esteja contribuindo para o novo salão de baile da Casa Branca de Trump. Além disso, ele está redobrando sua aposta ao prometer ajudar o Presidente Trump a reindustrializar a América.

Isso pode ser principalmente calculado para ganhar o apoio do presidente para convencer a China a reabrir seu mercado às unidades de processamento gráfico (GPUs) da Nvidia. Também envolve uma significativa reformulação de planos existentes. No entanto, é significativo.

Começa com a fabricação de chips. Em meados de outubro, nove meses depois que o presidente disse a Huang que queria trazer a fabricação de volta aos EUA, a TSMC, uma fabricante de semicondutores com sede em Taiwan, produziu uma wafer para a GPU mais avançada da Nvidia, chamada Blackwell, em sua fábrica no Arizona. Huang disse que os processadores, memória e empacotamento do Blackwell logo serão todos fabricados na América, embora provavelmente leve muito tempo até que a produção aconteça em larga escala.

Seus esforços se estendem à robótica. A IA, disse o chefe da Nvidia, está permitindo que empresas como a Foxconn, outra fabricante taiwanesa antes intimamente ligada à China, construam fábricas totalmente robotizadas na América que serão operadas por meio de simulações criadas por IA, ou “gêmeos digitais”, usando tecnologia da Nvidia. Para compensar a escassez de mão de obra, algumas fábricas eventualmente produzirão robôs movidos a IA —humanoides e outros.

Não é apenas a Nvidia. Peter Thiel, um capitalista de risco, também está apostando no renascimento da manufatura de alta tecnologia da América. Em 28 de outubro, um de seus ex-discípulos, James Proud, um empreendedor nascido em Londres, revelou um plano para criar uma máquina de fabricação de chips na América para reviver a produção de semicondutores. Usando litografia avançada de raios-X, sua empresa, Substrate, pretende competir com a ASML, a empresa holandesa que é a única fornecedora da tecnologia usada na fabricação de semicondutores avançados —a litografia com ultravioleta profunda.

É um enorme desafio. Mas a Substrate arrecadou US$ 100 milhões com uma avaliação de US$ 1 bilhão, apoiada por empresas de capital de risco como o Founders Fund de Thiel. Eventualmente, espera apoiar fundições de chips em toda a América, reduzindo a vulnerabilidade do país a uma invasão chinesa de Taiwan. “A maioria acredita que vamos fracassar. Mas isso é importante o suficiente para fazer”, diz Proud.

A repatriação em grande escala continua sendo um empreendimento quixotesco e baseia-se em uma economia falha. A capacidade do presidente de influenciar as decisões corporativas é preocupante. E também existem gargalos. Huang elogiou Trump por suas políticas “pró-energia”, mas sua administração desencorajou fontes de energia limpa, como a eólica. Sua repressão à imigração afetou mão de obra qualificada e não qualificada.

O Vale do Silício há muito atribui seu sucesso ao seu distanciamento de Washington. No entanto, quanto mais a IA depende não apenas da tecnologia digital, mas de chips, data centers e redes, mais a política importa. Certo ou errado, Huang está agindo com base nisso. No final de seu discurso, ele agradeceu ao público por seu “serviço em tornar a América grande novamente”. Em 29 de outubro, a Nvidia tornou-se a primeira empresa de US$ 5 trilhões do mundo.

Texto de The Economist, traduzido por Pedro S. Teixeira, publicado sob licença. O artigo original, em inglês, pode ser encontrado em www.economist.com



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